Bolhas de amor

Fazia alguns anos que eu não escrevia uma poesia, mas o amor e as histórias que carrego durante a vida me fizeram despertar para uma nova declaração.

Bolhas de amor

A vida me deu um dom

Ela me ensinou a deduzir

A cor de seus olhos compreendo tom a tom

Vivo mergulhado em te seduzir

Deduzo, mas não compreendo

Busco por sinais, mas não vejo

Borbulho e continuo apreendendo

Seguindo em frente atrás de seu cortejo

Castigo meu ego por ti

Arranco pedaços do meu orgulho

Por muito tempo nesta onda eu vivi

Buscando-te neste eterno mergulho

Para: Cássia Rocha, minha sereia que viveria entre água e areia.

A morfologia por trás das necessidades

O verbo "camarotizar" já poderia existir no dicionário, pois virou febre e todos querem um lugar no degrau mais elevado. O gosto do "prestígio" ao alcance de todos, a visão mais alta para quem pode pagar mais.

Todos querem um dia estar em um precioso camarote, até porque é preciso sanar pequenas e grandes frustrações passadas. O que seria da vida sem a distinção? Afinal, até os padronizados minions são diferentes.

A miopia é tamanha que no momento em que se tem o melhor lugar e visão, as qualidades não são absorvidas de imediato, o esforço é para ser notado ali.

Errado? Não, diria humano. A propósito...

- Garçom, por favor, trás a bebida que pisca?!

Façamos um brinde

É possível que menosprezemos muito de nossos feitos, e não nos damos conta do tamanho de determinadas conquistas. A criticidade é muitas vezes a vilã de uma vida saudável e satisfatória. Criticamos até o que não conhecemos, justamente por isso não valorizamos o sabor de determinadas vitórias por não as reconhecermos.

O brinde é a forma mais pura de se comemorar, acredito que pelo menos uma vez ao mês tenhamos algo pelo que celebrar. Não ter medo de brindar e se criticar menos são duas receitas que combinam em um início de ano.

Saúde! 

O protagonismo egoísta

Se a vida real virasse um seriado seria um verdadeiro porre, não haveria audiência, pois todos estariam muito ocupados "divando" frente as câmeras, passando um por cima do outro.

Não se vive mais por prazer, vive-se para ostentar. Queremos algo para postar, e se sobrar tempo curtimos, verdadeiramente e não genericamente em redes sociais, e quem sabe um dia conseguimos lembrar.

O conteúdo de uma garrafa importa menos, pois o que importa é o que ela representa ao estar nas mãos ao se tirar uma "bela" selfie.

A vida é bela, a selfie é bela. Vamos nos entulhando com preocupações nada preocupantes.

O maior inimigo do homem

Joseph Bell foi professor e inspirador de Conan Doyle, criador do imortal Sherlock Holmes

As histórias fascinantes do detetive Sherlock Holmes ensina: o tédio é o maior inimigo do homem. Não fomos feitos para viver como vivemos, nos condicionamos a uma exausta rotina que descasca a paciência de qualquer um. 

Fomos feitos para sermos desafiados, dia-a-dia, galho a galho, pista a pista. O tédio só existe se permitirmos sua existência, ao permitir nos tornarmos o nosso pior inimigo.

Quem inspirou o personagem de Sherlock Holmes? Clique aqui.