Em frente ao meu trabalho estava um homem deitado sobre a calçada, parecia bêbado e sem rumo nenhum no mundo. Estava sendo vigiado por muitos olhares. Era estranho aquele homem proporcionando aquela cena, ainda mais em tal lugar. Ninguém oferecia ajuda, pois tinham medo de uma aproximação. Na certa pensavam, “imagina eu ser visto com este transeunte, o que pensariam de mim?!”.
E lá continuava o homem, algumas pessoas se entreolhavam, mas ninguém se aproximava. Foi então que alguém chamou ajuda, poucos minutos depois chegava lá o furgão da SAMU-192. Um robusto homem saiu da van. Com sua presença parecia que a população começou a criar coragem em aproximar-se da situação. Alguns populares não perdiam o gosto de reverberar: “Ele só pode estar bêbado”. Outros ainda afirmaram “É a cachaça, só pode!”. O homem não tinha condições de responder, estava anestesiado e jogado sobre folhas e matagais.
O servidor público, paramédico, resolveu levá-lo para o hospital. As pessoas se tranquilizaram, pois aquele homem não estaria mais ali, pensaram que sua segurança voltaria a reinar, voltariam seus olhares para seus afazeres. Livrar-se-iam do problema.
Porém, me pergunto: Qual é o problema? De onde ele vem? Como nasceu?
Garanto que um cachorro obteria uma maior atenção do que aquele embriagado.
2 comentários:
acho que se o cachorro soubesse raciocinar, ele não beberia pra começo de conversa :P
Isso é verdade, Nicky.
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