Demorou, mas o inverno chegou. Hoje, pela manhã, sai cedinho para o trabalho. Coloquei uma calça de jeans, uma meia básica, um par de tênis fechado, uma cueca branca, dois blusões e a jaqueta mais “quente” que tinha, subi a lomba que divide a minha casa com o trabalho como um trem esbaforindo fumaça pela boca. O vento gélido que percorreu meus lábios trincou-os em menos de cinco minutos de percurso, fui obrigado a recorrer ao nada bagual bastão de manteiga de cacau.
Já no escritório sofri novamente com o bullying do inverno, olhei para o alto e vi aquele maravilhoso ar condicionado, que tantas alegrias me dá no verão, parado, estaqueado, com mais frio do que eu, afinal ele nasceu para ser apenas uma geladeira ambulante. Contudo, não parou por aí. Minha colega, Joice, uma burguesa de primeira categoria detinha dotes, que naquele momento, faziam-me lançar lágrimas em forma de gelo de tanta inveja, mas que logo derreteram com o calor que sobrava de sua estufa Mondial.
Após tudo isso transcorrido, não reclamo. Tenho sorte e sou privilegiado. Não moro na rua e tenho como aquecer-me. Sou uma testemunha viva de que as quatro estações existem, fora que daqui algumas primaveras pode ser que o inverno nem chegue.
Vai saber?!
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