segunda-feira, 18 de julho de 2011

Personagens que são uma viagem

Neste último final de semana estive em Criciúma, uma cidade organizada, bonita, com pessoas simples e hospitaleiras. O que fui fazer lá? Ah, sim, fui tentar a sorte, como todo o bom brasileiro quero saborear o gostinho de servir a sociedade, concursar-me. O resultado foi bom, acertei 80% da prova, faltou embalo, acredito que precisaria acertar uns 92% para levar, mas a vida é uma caixa de surpresas e o que se leva de cada desafio é o supra sumo do soco na cara que levamos a cada batalha perdida.

Passadas as desilusões, agora com a cabeça na realidade, comecei a recordar de certas pessoas que cruzaram o meu caminho neste final de semana turbulento, o qual fiz uma romaria e conheci todos os sistemas de transporte público (ônibus, táxi, carro de amigo, moto táxi, metrô e “expresso canelinha”) em dois únicos dias.

A ida foi normal, nada de novo. Na volta para Novo Hamburgo, que inclui domingo e segunda-feira, conheci o Tio Gabriel (taxista de Criciúma); Bernardo (concorrente de concurso) e a Tia do Central (maluca de “preda”).

Tio Gabriel – são-pedrense, mais ou menos 49 anos, Sr. boa praça. Marcou-me, pois meu avô fora taxista, é, ele tinha traços italianos, assim como um Santini. O meu primeiro contato com ele foi na rodoviária para saber onde ficava meu hotel, na oportunidade avisei-o da minha necessidade de ir ao local da prova, que sairia umas 13h. Era 12h45, do outro dia, estava ele lá, apostos e sereno. Uma pessoa bacana, que desejou-me sorte, fora solicito e demonstrou valores que poucas pessoas carregam.

Bernardo – jornalista, 31 anos, o legítimo ex-aluno da UFRGS, mas que não se graduou lá. Odeia RBS, odeia o NH, odeia o fato de reconhecer sua pedra no sapato. Portador da poltrona 28, corredor. Esse cara fez com que eu tivesse a viagem mais rápida da história. A pauta inicial da nossa conversa foi sobre coincidências, mas mal sabíamos nós que a distância entre nossos mundos era menor do que tratávamos, as conversas foram e voltaram, notamos semelhanças e amigos em comum. Um cara fora da little house, gente boa e que tem um blog bacana. Look: htpp://www.cidadaonh.blogspot.com

Tia do Central – maluquita, mais ou menos 47 anos, sentou-se em quatro poltronas diferentes, parecia ter aquele lance do Sheldon. O imã que carrego para atrair pessoas malucas funcionou mais uma vez, ela sentou na minha frente e começou a apontar e comentar sobre todos os lugares entre São Leopoldo e Novo Hamburgo, como a tia do lado dela não dava bola, ela olhou para atrás e sentiu que eu era o cara para ser o melhor amigo dela. Eu, querido que sou, apenas balançava a cabeça concordando com tudo. Resultado: uma hora de centralão ouvindo perguntas sobre placas das lojas, CTG’s que não existiam e a narração do trajeto do ônibus. Haja coração, amigo!

A relação que há entre estas pessoas? Nenhuma. Elas simplesmente cruzaram meu caminho, conversaram, narraram e aconselharam. Isso mostra que lembro de quem eu estabeleço uma conversa com no mínimo 10 minutos de duração.

Coisas da vida.

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