Sempre imaginei o dia em que eu voltaria a ser criança, mas não sabia direito qual seria o momento e a situação. No último mês que passou, fui à Santa Maria, tendo em vista os meus problemas familiares. Este retorno e principalmente pelo seu motivo, a perda do meu pai, me fez voltar ao local da minha infância, Boca do Monte, um distrito de santa-mariense, pacato e quase imutável, mesmo tendo passado 15 anos após minha saída de lá.
Como forma de espairecer fui dar uma volta com a minha namorada, Cássia, e lá reencontrei uma pracinha, com seus balanços de motocicleta, escorregador e outros brinquedos, e por incrível que pareça estava da mesma forma, apenas com tábuas apodrecidas e os ferros com uma nova cor, ferrugem. As crianças de lá, hoje, não devem mais precisar da pracinha, não sei também, mas pelo descaso parece que os últimos a usar fui eu e a Cássia.
Outra situação, neste mesmo gélido período, foi lá em casa, onde atualmente reside minha mãe, vó, irmã (Joseane) e padrasto. A casa é pequena, há poucos espaços para dormir, isso possibilitou que eu tivesse duas noites de sono com minha avó, isso é muito período de infância. Comecei a recordar histórias, pois eu e meus pais moramos muitos anos com meus avós, e eu podia dormir todos os dias com os velhinhos, momentos estes que haviam muitas histórias engraçadas e comida "bugro-italiana". Hoje, minha vó não cozinha mais, mas é quentinha e ainda recorda de nossos momentos.
Não quero viver a vida toda querendo voltar a ser criança, mas é bom acessá-la em certos momentos, degustar o sabor da novidade várias vezes.
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