sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cabelo fora do lugar

Sou da época em que as pessoas compravam CD’s, os mais pobres, como eu, iam até as grandes redes de supermercados escutar os 30 segundos de cada faixa do CD, como os sucessos de Sandy & Júnior (Imortal) e a badalada música “Alô” do Chitãozinho e Xororó - agora fiquei pensando no nome desta dupla, vai soar muito old daqui uns tempos, se já não soa. Bom, o fato é que as pessoas consumiam CD’s, as bandas ganhavam dinheiro e a inspiração transpirava nas caixas de som.

Mas, como neste mundo temos pessoas gananciosas, os altos valores propostos pelas gravadoras acabaram desmotivando a compra, o encarte não era mais diferencial, pois com a popularização dos computadores todo mundo possui tudo sobre seu artista favorito na pasta ”Artista Favorito”/”Músicas”/”Fotos”/”Vídeos”/”Participações Especiais”/”Shows”/”DVD Ao Vivo”/”Tributos”/etc. Eu sei da existência de novas boas bandas, mas não são populares, não me venha dizer que o músico não pensa em ser popular que é metira. “Ah, eu toco só para quem tem bom gosto” – para, tchê.

No início dos anos 2000 ainda víamos uma força musical no cenário gaúcho, sempre gostei muito deste bairrismo musical, sou defensor e consumidor. Eu tenho orgulho de dizer que fui no aniversário de 50 anos do Alemão Ronaldo, na antiga Confraria, lá em Santa Maria, vi grandes nomes da nossa música tocando com o cara. Mas, faz tempo que nada novo e realmente interessante é lançado. Estaríamos nós vivendo uma época de vacas magras?

A música “Quintal” do Acústicos & Valvulados fala mais ou menos assim:

O mundo livre que não deixa inventar
A fantasia que promove o temporal
E a calmaria plena no meu quintal
Não fez silêncio pra escutar, urgência singular

Seria esta a explicação? Eu sei que adaptei no contexto do meu texto, e que a música não quis dizer isso, mas seria uma premonição. Espero que esta situação seja facilmente reversível, assim como arrumar o cabelo.

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