A imaginação é algo inexplicável, cada um tem a sua, cada um embarca naquela que possui. A pobreza muitas vezes nos garante um nível extra de imaginação, o qual transformamos materiais que teriam apenas uma função em um 1001 utilidades.
Estava lembrando neste exato momento na fixação que eu tinha em uma tampa de panela da minha avó, a tampa era muito velha, mas era “a tampa de panela” que transformava-se em meu Corcel, carro o qual o meu avô teve um troço quando pisou no acelerador daquele carro. Ainda tinha uma tampa maior, aonde muita galinhada com arroz fora preparada pela boa velhinha Maria, esse era o meu ônibus branco, com listras azul e verde, muito parecido com o da Mazzardo, aquele gigantesco que passava a cada quatro horas em frente da minha solitária casa, no interior de Santa Maria.
Além da tampa de panela havia também o tijolo, que com alguns dotes artísticos transformavam-se em uma arminha, muito útil para o convívio nas brincadeiras escolares. Falando em escola, não consigo lembrar da cara da professora da minha segunda série, muito menos o nome, mas recordo-me que ela tinha uma tesoura que recortava e picotava ao mesmo tempo, aquilo era uma revolução inexplicável para o pequeno aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alto das Palmeiras, algo que tomava horas na cabecinha dele enquanto voltava para casa de Mazzardo.
Não sei porquê, mas estas coisas vieram a tona agora e este post se concretizou.
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